Eu era rei na nuvem de maus agouros
E a cada encruzilhada tinha um delator
E outro de olho grande
Sumiram então os possíveis agourando
Desapareceram colírios das drogarias
Nada mais de poções e garrafadas
Até alho e comigo-ninguém -pode tinha mais
Estávamos ao deus-dará
Nada de batalha pra chegar ao chegado
Simplesmente foram outorgando
E fui ocupando e desocupando os ocupados
Escritórios com arquibancadas
Sala virou ginásio e estádio
Aproveitei uma pequena nuvem que se desgarrara
E debandei rumo a novos ares
Vago nela desde então
Há solidão
Mando uns e-mails pros de fé da antiga morada
Muitas vezes cismo em voltar ...
Falta coragem
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O que espero do amor
Um amor que seja sacana
E que se mostre num sorriso
Que lembre que há pecado
Mesmo no paraíso
Que faça rimas assim... adocicadas
Esperançosas de mostrar gentilezas
Grandiloquentemente em excesso
E que não se permita pasteurizar
Que permaneça lúcido o bastante pra notar
As mudanças em gravidade
Todas as adversidades
Os parasitas e os predadores
E que seus atores não interpretem um texto
Em pretéritos
Nem se deliciem de velhos méritos
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Após sangrar
Que lugar?

Que silêncio é este
Que derruba meu prédio
Põe riso no tédio
E risca arco-íris no ar
Coisa que abafa
Esquenta as orelhas
Entope as veias
Mirageia o olhar
“não entendo”
Não andei bebendo
Nem lendo Kardec
Ou testemunha de Jeová
Por vezes parece
Que ouço um leve aboio
Eu feito rês
Ouço ao longe chamar
Mas cadê a relva
Desgrama de pasto
Me quero acabrestado
Pra que me possas puxar
E nunca vens
Pras cidades que invento
Com ridículas casas
Só de janelas
Pra te ver chegar
Neste lugar ausente
Apenas pode-se auscultar
Até as ruas se calam
Na ânsia eterna p(o)ôr teu passo
Crtl +C
Salvei na memória
Suas sinuosas
Ondulações glúteas
É só fechar os olhos
Para em
Perfeita simetria
Desfilarem
Pela bela rua
Que te sonhei
Suas sinuosas
Ondulações glúteas
É só fechar os olhos
Para em
Perfeita simetria
Desfilarem
Pela bela rua
Que te sonhei
Meu conceito

Eu não gosto do bom senso(Adriana Calcanhoto)
Não existe a possibilidade
De passarmos feito barbante
Por entre preconceitos
Batemos neles
Desviamos deles
Olhamos para eles
Há ma maneira singela
De pular da panela
: não gosto!
Uma cor que desbota
É uma cor nova
Retine de outra forma
Por dentro da retina
Engolir a saliva
Faz o sapo
Continuar anfíbio
Soltei o ar
Quando foi embora
Alívio
Adaptar-se é achar
Novo modus operandi
Um xixi pra marcar
Um segredo em sussurro
O preconceito
É um Narciso
Em outro espelho
A vida em polegadas
A tela fria traz-me o mundo
Frente a ela desaforo-me
Destilo todas as minhas sacanagens
Me abobadeço frente ao inusitado
Vejo fotos sem poder tocá-las
São frias
Acabamos até mesmo com o
Manusear das imagens
Meu monitor me assegura
Que afora os vírus
Muito pouco me ameaça
Compro e recebo
Vendo e entrego
Sentado a sua frente
Tenho amigos do peito
E todos sem defeitos
Não pedem grana emprestada
Não podem me acordar de madrugada
Nem me cornear podem
Estou sim mais família
Pelo menos fisicamente
Embora a alma
Voe contente
Sinto falta é claro
De sentir as pessoas
Ser babado por elas
Xingado, bulinado
Meus dedos nas teclas
Mouse
Meus olhos na janela
Protegido de ser
humano
Frente a ela desaforo-me
Destilo todas as minhas sacanagens
Me abobadeço frente ao inusitado
Vejo fotos sem poder tocá-las
São frias
Acabamos até mesmo com o
Manusear das imagens
Meu monitor me assegura
Que afora os vírus
Muito pouco me ameaça
Compro e recebo
Vendo e entrego
Sentado a sua frente
Tenho amigos do peito
E todos sem defeitos
Não pedem grana emprestada
Não podem me acordar de madrugada
Nem me cornear podem
Estou sim mais família
Pelo menos fisicamente
Embora a alma
Voe contente
Sinto falta é claro
De sentir as pessoas
Ser babado por elas
Xingado, bulinado
Meus dedos nas teclas
Mouse
Meus olhos na janela
Protegido de ser
humano
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