quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Saudade de minha boa nuvem

Eu era rei na nuvem de maus agouros
E a cada encruzilhada tinha um delator
E outro de olho grande
Sumiram então os possíveis agourando
Desapareceram colírios das drogarias
Nada mais de poções e garrafadas
Até alho e comigo-ninguém -pode tinha mais
Estávamos ao deus-dará

Nada de batalha pra chegar ao chegado
Simplesmente foram outorgando
E fui ocupando e desocupando os ocupados
Escritórios com arquibancadas
Sala virou ginásio e estádio

Aproveitei uma pequena nuvem que se desgarrara
E debandei rumo a novos ares
Vago nela desde então
Há solidão
Mando uns e-mails pros de fé da antiga morada
Muitas vezes cismo em voltar ...
Falta coragem

O que espero do amor



Um amor que seja sacana

E que se mostre num sorriso

Que lembre que há pecado

Mesmo no paraíso

Que faça rimas assim... adocicadas

Esperançosas de mostrar gentilezas

Grandiloquentemente em excesso

E que não se permita pasteurizar

Que permaneça lúcido o bastante pra notar

As mudanças em gravidade

Todas as adversidades

Os parasitas e os predadores

E que seus atores não interpretem um texto

Em pretéritos

Nem se deliciem de velhos méritos